As idéias de Makarenko e Gramsci no pensamento socialista
Karoliny Soares Alencar
Resumo
Esse artigo tem como objetivo mostrar a síntese das idéias e as contribuições para a educação mundial dos pensadores Makarenko e Gramsci nosso trabalho tem como principal pesquisador os trabalhos de Moacir Gadote, artigos da internet e discussões em sala. Makarenko considerado dos maiores pedagogos soviético criou a mais elaborada proposta educacional comprometida com a construção da sociedade socialista; ele mesmo descreveu detalhadamente no poema pedagógico sua principal obra. Ele procurou moldar um “novo homem” que achava possível e necessário para a Rússia pós-revolução. De humanista para militarista, ele recebeu todos os títulos, mas sua obra polemica tornou-se ponto de referencia dos educadores até hoje. Já Gramsci tinha como pensamento, o principio educacional que mais prezou foi a capacidade de as pessoas trabalharem intelectual e manualmente numa organização educacional única ligada diretamente as instituições produtivas e culturais, segundo ele para neutralizar as diferenças devidas á procedência social deveria ser criados serviços pré-escolares.Para Gramsci o desenvolvimento do estado comunista se ligava intimamente ao da escola comunista :a jovem geração se educaria na pratica da disciplina social, para que a realidade comunista se tornasse um fato.
Palavra chave: educador, socialista, pedagogia, organização e cultura.
Introdução
Anton Makarenko pensamentos nos trabalhos de Makarenko se destaca o compromisso com a concretização de um projeto educacional centrado na formação coletiva para a vida coletiva. A escola baseada na vida em grupo deveria ter também como princípios o autocontrole, a disciplina e o trabalho.
Frase: “É preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles são parte do trabalho e da vida do país”. O socialismo proposto por Gramsci não passa pelos proletários e camponeses, e sim pela cultura e pelo efeito multiplicador dos meios de comunicação, buscando, através de métodos persuasivos, mudar a mentalidade vigente em uma sociedade. Segundo a linguagem colorida de Gramsci, o proletariado precisa transformar-se em força cultural e política dirigente dentro de um sistema de alianças, antes de atrever-se a atacar o poder do Estado-burguês. E o Partido deve adaptar sua tática a esses preceitos, sem receio de parecer que não é revolucionário. Frase: ”Todos os homens do mundo, na medida em que se unem entre si em sociedade, trabalham ,lutam e melhoram a si mesmos.” Objeto da pesquisa: Essa pesquisa foi feita com a intenção de conhecer e buscar mais sobre os pensadores sua vida, sua obra e seus pensamentos. Essa pesquisa foi feita através de livros e internet, foi utilizado o livro “Historia das idéias pedagógicas”,e sites de busca e debates em sala de aula.
Referencial Teórico
A Educação é a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na existência dos homens. O trabalho desenvolvido por Moacir Gadoti no seu livro “história das Ideias Pedagógicas” oferecem os elementos básicos para que compreendamos melhor nossa prática educativa e possamos transformá-la. Evidencia o fato de não podermos nos omitir diante dos problemas atuais. E mais: oferecem recursos para que os enfrentemos com rigor, lucidez e firmeza.
Este mostra uma síntese consistente dos pensadores da História da Educação e nos faz refletir sobre a importância destes para a humanidade. O estudo da teoria educacional nos convida à ação individual e coletiva. Além das leituras, instrumentos fundamentais para a aquisição de um vocabulário básico, a pergunta, a indagação, o diálogo, o debate e a discussão organizada constituem a base do ato de pensar.
Este trabalho de pesquisa é ambicioso, não podendo se esgotar apenas nele. Ela impôs escolhas e limitações. Assim, o texto ganha a perspectiva de um amplo roteiro, indicando caminhos, dando pistas, lançando provocações, solicitando aprofundamentos! Para cada período foram destacados pensadores ou escolas de pensamento significativas que tiveram então suas concepções pedagógicas e filosófico-educacionais apresentadas de maneira sintética e analisadas no âmbito de seu contexto histórico-cultural e de seu alcance teórico.
Esta pesquisa que resultou pela longa experiência de Moacir Gadoti com professor de história e de filosofia da educação teve início em 1971. As ideias foram apresentadas em ordem cronológica, histórica e demonstrou o quanto a evolução da educação está ligada á evolução da própria sociedade.
A finalidade do livro é ordenar e sistematizar a história das ideias pedagógicas, da Antiguidade a nossos dias, e mostrar as perspectivas para o futuro. Meu artigo teve como foco fundamental o Pensamento Pedagógico de Socialistas através das ideias dos pensadores Makarenko e Gramsi, Anton Makarenko (1888-1939), educador ucraniano, criou um modelo de escola para jovens infratores baseado no trabalho e na disciplina, na vida em grupo e na autogestão, contribuindo decisivamente para a recuperação de milhares de crianças e jovens infratores e marginalizados, transformando-os em cidadãos. Antônio Gramsci, filósofo, jornalista e socialista italiano, viveu na Itália fascista de Mussolini. Sua obra, e política que pode ser considerada como uma das grandes contribuições filosóficas contemporâneas à crítica e à luta social pela transformação da sociedade capitalista. Em parte desenvolvida no longo cárcere, constitui-se numa teoria
Metodologia
A pesquisa que dá ênfase a esse trabalho caracteriza como bibliográfica, visto que a mesma foi feita com visitas a biblioteca com leitura de livros de educadores renomáveis, como o trabalho de Moacir Gadotti entre outros. Pesquisa feita também em artigos acadêmicos postados na internete debates em sala de aula afim de debater a importância da educação desde os tempos passados.
Desenvolvimento
Makarenko nasceu no dia 13 de março de 1888, na cidade de Belopólie (Ucrânia). Anton foi o segundo filho de uma família típica de operários da região; seu pai, Semion Gregorievitch Makarenko, trabalhava como pintor nas oficinas do sistema ferroviário nacional. Com relação na educação Anton Makarenko (1888-1939), educador ucraniano, criou um modelo de escola para
jovens infratores baseado no trabalho e na disciplina, na vida em grupo e na autogestão,contribuindo decisivamente para a recuperação de milhares de crianças e jovens infratores e marginalizados, transformando-os em cidadãos.
Antonio Gramsci nascido em 22 de janeiro de 1891 de nacionalidade Italiana tinha como ocupação o jornalismo critico, literário e político, escola tradição marxismo, marxismo ocidental, bolchevismo, marxismo cultural. Seu principal interesse político historia sociologia e literatura. Com relação na educação Antônio Gramsci, filósofo, jornalista e socialista italiano, viveu na Itália fascista de Mussolini. Sua obra, e política que pode ser considerada como uma das grandes contribuições filosóficas contemporâneas à crítica e à luta social pela transformação da sociedade capitalista. em parte desenvolvida no longo cárcere, constitui-se numa teoria
A Pedagogia, especialmente a teoria da educação, é, sobretudo, uma ciência com objetivos práticos. Não podemos simplesmente educar um homem, não temos o direito de realizar um trabalho educativo, quando não temos frente aos olhos um objetivo político determinado. “Um trabalho educativo, que não persegue uma meta detalhada, clara e conhecida em todos os seus aspectos, é um trabalho educativo apolítico.” (O grifo é nosso) Makarenko nasceu no dia 13 de março de 1888, na cidade de Belopólie (Ucrânia). Anton foi o segundo filho de uma família típica de operários da região; seu pai, Semion Gregorievitch Makarenko, trabalhava como pintor nas oficinas do sistema ferroviário nacional. Em 1895 (com 7 anos), foi matriculado na escola primária, cujo curso tinha duração de dois anos. Passou muitas dificuldades durante sua infância. Aos 12 anos, Makarenko muda-se com toda sua família para Kremenchug, na vila de Kriúkov (perto do rio Dnieper). Nela viveu sua juventude e foi ali que iniciou sua atividade pedagógica. Estudou na Escola Urbana de Kremenchug durante seis anos. Em 1904, termina o ginasial com nota máxima em todas as matérias e decide ser professor. Em agosto do mesmo ano, ingressou num curso que formava em apenas onze meses jovens profissionais do ensino para o magistério primário. Na primavera de 1905, termina com grande animação, as aulas pedagógicas e recebe seu primeiro diploma como educador. O ano de 1905 marcou profundamente a história do povo russo. Em janeiro ocorreu o conhecido "Domingo Sangrento", que abalaria as estruturas do poder tzarista. O massacre de São Petesburgo repercutiria em toda a Ucrânia. Mais de 30 mil pessoas tomaram as ruas de Kiev, reivindicando melhores condições de vida tanto para os trabalhadores da indústria como para os camponeses e entraram em confronto com as tropas tzaristas, que metralharam os manifestantes, assassinando mais de 500 pessoas. Em Kriúkov, Anton e um grupo de professores progressistas interessados em obter maiores informações sobre o desenvolvimento teórico e prático da revolução, assinaram em 27 de outubro de 1905, o primeiro jornal legal bolchevique de circulação nacional, o Nóvaia Jizni (Vida Nova), fundado por Lenin (redator-chefe) e Gorki. Anton começou a sua juventude trabalhando. No dia 1º de setembro de 1905, estréia como professor de língua russa na Escola Primária Ferroviária Kriúkov. E, em 1911 assumiu a direção de uma escola secundária na estação Dolinskáia, onde foi nomeado inspetor de instrução pública. Mais consciente da educação que queria aplicar ampliou o espaço cultural, mudou o currículo com a ajuda de pais e professores e estabeleceu o ensino da língua ucraniana, em contraposição às ordens do Tzar, que estabelecia o ensino da língua russa na Ucrânia. Em agosto de 1914 se demite de suas funções na escola secundária de Dolinskáia, com o intuito de se especializar nas disciplinas do ensino superior. Terminara os 9 anos de sua vida dedicados à docência em educação infantil. Conclui o Instituto Pedagógico de Poltava em 1917 (ano da revolução) e passa a administrar escolas em Kriúkov e Poltava de 1918 a 1920. Sua mais marcante experiência deu-se de 1920 a 1928, na direção da Colônia Gorki, instituição rural que atendia crianças e jovens órfãos que haviam vivido na marginalidade. Lá ele pôs em prática um ensino que privilegiava a vida no coletivo, a participação da criança na organização e gestão da colônia, o trabalho coletivo e a disciplina consciente. A mais rica experiência pedagógica de Makarenko pode ser conhecida no livro "Poema Pedagógico", onde ele relata as dificuldades encontradas para reeducar as crianças e jovens abandonados pelo antigo regime que se tornaram orgulhosamente "colonistas" e, posteriormente, cidadãos soviéticos. Em fins de 1922, Makarenko teve seu primeiro encontro com Galina Stakhievna Salkó, importante dirigente do Comissariado do Povo para Instrução Pública da Ucrânia, que se interessou profundamente pela sua experiência e aconselhou-o a elaborar uma monografia teórica. Ela o ajudou em especial com os trâmites legais para que pudesse viajar a Moscou e estudar no Instituto Central de Organizadores da Instrução Pública. Essa relação de companheirismo e entusiasmo com o trabalho transformou-se em amor, e os dois se casaram em 1927, logo após uma visita que Galina fez à Colônia Gorki. Em 3 de setembro de 1928, Makarenko deixa a colônia Gorki e assume a direção da comuna de trabalho Félix Djerzinski, dotada de uma escola primária com um ciclo de 10 graus, seguindo as normas docentes determinadas pelo Comissariado de Moscou. A comuna abrigava crianças abandonadas e filhos de famílias em crise. Foi a primeira escola pública em regime de autogestão econômica, alcançada em 1930. Os últimos anos da vida de Makarenko foram dedicados à sistematização de sua experiência, seja através da literatura ou através de Conferências e Seminários que deu por toda a União Soviética. Publicou novelas, peças de teatro e livros sobre educação, sendo "Poema Pedagógico" o mais importante. Em 1935, é transferido para Kiev, a fim de trabalhar como assistente da chefia na Direção das Colônias de Trabalho do Comissariado do Povo do Interior da Ucrânia. Em 1937, se transfere, juntamente com sua esposa (Galina) e seu filho adotivo (Liodka) para Moscou e vai dedicar-se inteiramente à atividade literária. O ritmo intenso de trabalho abalou sua frágil saúde e no inverno de 1938, já estava sob estrito controle médico. No dia 31 de janeiro de 1939, Makarenko recebeu uma das mais importantes condecorações do governo soviético: a Ordem da Bandeira Vermelha do Trabalho, "pelos seus destacados êxitos e realizações em prol da literatura e da pedagogia soviéticas". Em fevereiro de 1939, solicita seu ingresso no Partido Comunista da União Soviética, petição que foi imediatamente concedida. O pedido de Makarenko foi incluído na ordem do dia em 4 de abril de 1939, para ser oficializada na reunião que o Partido realizaria na União dos Escritores Soviéticos, mas não se efetivou. Morreu de ataque cardíaco durante uma viagem de trem em 1º de abril de 1939, ano que ficaria marcado pelo início da Segunda Guerra Mundial. Antón Semiónovitch Makarenko dedicou 30 anos de sua vida à atividade pedagógica; nesse tempo, mais de três mil crianças passaram sob seu atento olhar, e dedicou os últimos 15 anos de sua vida à aplicação prática e ao aperfeiçoamento do sistema de educação soviético, tendo criado, ainda que com enormes dificuldades, um belo coletivo de educandos e educadores, que fez jus a todos os seus preceitos e às necessidades da educação do "novo homem" na União Soviética. Makarenko se engajou na luta pelo socialismo como um educador marxista, que lutava para educar os filhos do povo soviético como homens a serviço de sua pátria e do socialismo; denunciou em suas obras, impiedosamente, o idealismo e a metafísica na Pedagogia. Ao elaborar as leis do processo pedagógico, se baseou nos mais importantes teóricos da revolução, principalmente Lenin, que desenvolviam as leis marxistas do desenvolvimento da sociedade, da natureza social do homem e a nova moral socialista. Foi esta tarefa que Makarenko se propôs a cumprir e cumpriu. Sua Pedagogia se baseia na utilização do enorme potencial do coletivo e se apóia na combinação contínua e coerentemente mantida da instrução escolar com o trabalho coletivo e se sustenta a partir de uma nova concepção de mundo, concepção do proletariado, iluminada pelo marxismo.
Antonio Gramsci AFI: [anˈtɔːni̯o ˈgramʃi] nasceu no norte da ilha mediterrânea da Sardenha. Era o quarto dos sete filhos de Francesco Gramsci, um homem que tinha vários problemas com a polícia. Sua família passou por diversas comunas da Sardenha até finalmente instalar-se em Ghilarza.
Tendo sido um bom estudante, Gramsci venceu um prêmio que lhe permitiu estudar literatura na Universidade de Turim. A cidade de Turim, à época, passava por um rápido processo de industrialização, com as fábricas da Fiat e Lancia recrutando trabalhadores de várias regiões da Itália. Os sindicatos se fortaleceram e começaram a surgir conflitos sociais-trabalhistas. Gramsci frequentou círculos comunistas e associou-se com imigrantes sardos.
Sua situação financeira, no entanto, não era boa. As dificuldades materiais moldaram sua visão do mundo e tiveram grande peso na sua decisão de filiar-se ao Partido Socialista Italiano.
Gramsci, em Turim, tornou-se jornalista. Seus escritos eram basicamente publicados em jornais de esquerda como Avanti (órgão oficial do Partido Socialista). Sua prosa e a erística de suas observações lhe proporcionaram fama. Sendo escritor de teoria política, Gramsci produziu muito como editor de diversos jornais comunistas na Itália. Entre estes, ele fundou juntamente com Palmiro Togliatti em 1919 L'Ordine Nuovo, e contribuiu para La Città Futura. O grupo que se reuniu em torno de L'Ordine Nuovo aliou-se com Amadeo Bordiga e a ampla facção Comunista Abstencionista dentro do Partido Socialista. Isto levou à organização do Partido Comunista Italiano (PCI) em 21 de janeiro de 1921. Gramsci viria a ser um dos líderes do partido desde sua fundação, porém subordinado a Bordiga até que este perdeu a liderança em 1924. Suas teses foram adotadas pelo PCI no congresso que o partido realizou em 1926. Em 1922 Gramsci foi à Rússia representando o partido, e lá conheceu sua esposa, Giulia Schucht, uma jovem violinista com a qual teve dois filhos. Esta missão na Rússia coincidiu com o advento do fascismo na Itália, e Gramsci - que a princípio havia considerado o fascismo apenas como uma forma a mais de reação da direita - retornou com instruções da Internacional no sentido de incentivar a união dos partidos de esquerda contra o fascismo. Uma frente deste tipo teria idealmente o PCI como centro, o que permitiria aos comunistas influenciarem e eventualmente conseguirem a hegemonia das forças de esquerda, até então centradas em torno do Partido Socialista Italiano, que tinha uma certa tradição na Itália, enquanto o Partido Comunista parecia relativamente jovem e radical. Esta proposta encontrou resistências quanto a sua implementação, inclusive dos comunistas, que acreditavam que a Frente Única colocaria o jovem PCI numa posição subordinada ao PSI, do qual se tinha desligado. Outros, inversamente, acreditavam que uma coalizão capitaneada pelos comunistas ficasse distante dos termos predominantes do debate político, o que levaria ao risco do isolamento da Esquerda. Em 1924, Gramsci foi eleito deputado pelo Veneto. Ele começou a organizar o lançamento do jornal oficial do partido, denominado L'Unità, vivendo em Roma enquanto sua família permanecia em Moscou. Em 8 de novembro de 1926, a polícia italiana prendeu Gramsci e o levou a prisão romana Regina Coeli. Foi condenado a 5 anos de confinamento (na remota ilha de Ústica); no ano seguinte ele foi condenado a vinte anos de prisão (em Turi, próximo a Bari, na Puglia). Sua saúde neste momento começava a declinar sensivelmente. Em 1932, um projeto para a troca de prisioneiros políticos entre Itália e União Soviética, que poderia dar a liberdade a Gramsci, falhou. Em 1934 sua saúde estava seriamente abalada e ele recebeu a liberdade condicional, após ter passado por alguns hospitais em Civitavecchia, Formia e Roma. Gramsci faleceu aos 46 anos, algum tempo depois de ter sido libertado.
Obras
Os 32 Cadernos do Cárcere, de 2.848 páginas, não eram destinados à publicação. Trazem reflexões e anotações do tempo em que Gramsci esteve preso, que começaram a 8 de Fevereiro de 1929 e terminaram em Agosto de 1935, por conta dos seus problemas de saúde. Foi Tatiana Schucht, sua cunhada, que os enumerou, sem todavia levar em conta sua cronologia. Depois do final da guerra, os Cadernos, revisados por Felice Platone, foram publicados pela editora Einaudi – juntamente com as cartas que, da prisão, escrevia a familiares – em seis volumes, ordenados por temas, com os seguintes títulos:
- Il materialismo storico e la filosofia di Benedetto Croce 1948
- Gli intellettuali e l'organizzazione della cultura 1949
- Il Risorgimento 1949
- Note sul Machiavelli, sulla política e sullo Stato moderno 1949
- Letteratura e vita nazionale 1950
- Passato e presente 1951
Foi somente em 1975, graças a Valentino Gerratana, que os Cadernos foram publicados segundo a ordem cronológica em que foram escritos. Também foram recolhidos no mesmo volume todos os artigos de Gramsci nas publicações Avanti!, Grido del popolo e L'Ordine nuovo.
Teoria
A influência póstuma de Gramsci encontra-se associada principalmente aos mais de trinta cadernos de análise que escreveu durante o período em que esteve na prisão. Estes trabalhos contêm seu pensamento sobre a história da Itália e nacionalismo, bem como ideias sobre teoria crítica e educacional que são frequentemente associadas com o seu nome, tais como:
- Hegemonia cultural;
- A ampliação da concepção Marxista de Estado;
- A necessidade de educar os trabalhadores e da formação de intelectuais provenientes da classe trabalhadora, que ele denomina “intelectuais orgânicos”;
- A distinção entre a sociedade política e a civil;
- O historicismo absoluto;
- A crítica do determinismo económico;
- A crítica do materialismo filosófico.
Segundo esse conceito, o poder das classes dominantes sobre o proletariado e todas as classes dominadas dentro do modo de produção capitalista, não reside simplesmente no controlo dos aparatos repressivos do Estado. Se assim fosse, tal poder seria relativamente fácil de derrocar (bastaria que fosse atacado por uma força armada equivalente ou superior que trabalhasse para o proletariado). Este poder é garantido fundamentalmente pela "hegemonia" cultural que as classes dominantes logram exercer sobre as dominadas, através do controlo do sistema educacional, das instituições religiosas e dos meios de comunicação. Usando deste controlo, as classes dominantes "educam" os dominados para que estes vivam em submissão às primeiras como algo natural e conveniente, inibindo assim sua potencialidade revolucionária. Assim, por exemplo, em nome da "nação" ou da "pátria", as classes dominantes criam no povo o sentimento de identificação com elas, de união sagrada com os exploradores, contra um inimigo exterior e a favor de um suposto "destino nacional". Assim se forma um "bloco hegemónico" que amalgama a todas as classes sociais em torno de um projecto burguês. A hegemonia é o conceito que permite compreender o desenrolar da história italiana e da Ressurreição particularmente, que poderia ter adquirido um carácter revolucionário se contasse com o apoio de vastas massas populares, em particular dos camponeses, que constituíam a maioria da população. Limitou o alcance da revolução burguesa em Itália o facto de não ser guiada por um partido jacobino, como em França, onde a participação camponesa, apoiando a revolução, foi decisiva para a derrota das forças da reacção aristocrática.
Conclusão
Podemos perceber nesse artigo a importância de conhecer o que nos mostrava os pensadores dos tempos passados e a prioridade da educação para a formação de uma sociedade. Seja ela de forma oral ou escrita,civil ou religiosa,as várias formas não importam. O que percebemos é que todos os povos e todas as crenças buscam sempre o mesmo objetivo, viver em harmonia, buscando a paz e encontrar a verdadeira essência do seu “eu”.
GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas, editora ática, São Paulo, 2000.
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